Espaço BasketCoimbra está de volta!

Dois anos depois está de volta o Espaço BasketCoimbra.
Embora havendo alterações de última hora, pois, vou continuar a assumir o cargo de Director Desportivo da equipa sénior masculina da AAC, vou tentar manter este Espaço actualizado.
Nele pretendo continuar a divulgar a actividade desenvolvida nesta nossa modalidade. Especial atenção à vida dos nossos clubes, os quais me elegeram seu Delegado na Federação Portuguesa de Basquetebol.
Num momento particularmente conturbado que o Basquetebol atravessa, mais do que nunca, um espaço virado só para a modalidade torna-se necessário.
Publicarei artigos de opinião, desde que devidamente assinados pelos seus autores e que se identifiquem com os princípios deste espaço.
Para tal devem remeter os textos para camg@mail.telepac.pt..
Vamo-nos vendo por aí... e por aqui.
Abraço.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

EuroBasket: Norberto Alves analisa a 1º ronda para o sítio Ressalto


Conforme divulgámos, em devido tempo, o ex-treinador da Académica, Norberto Alves, publicou no sítio Ressalto, a sua primeira análise ao EuroBasket.

"Não houve surpresas no europeu de basquetebol e até ao momento que escrevo esta crónica. Espanha ganhou – apesar de algumas dificuldades finais, e, infelizmente Portugal não teve argumentos para surpreender a Turquia.

De uma forma geral, os jogos não apresentaram grande surpresa relativamente á actualidade: muita utilização de bloqueios directos – por vezes mais do que um na mesma posse de bola, e penetrações e assistências face ao reconhecimento de ajudas defensivas. Na defesa, grande agressividade no corte das linhas de passe, dificultando a comunicação com passe, procurando condicionar quer as selecções de lançamento, quer colocando a pressão dos 24 segundos sobre os lançadores.

Estas características do jogo actual, que a introdução da regra dos 24 segundos em 2001 não é alheia, implica a capacidade de jogar 1x1 (com ou sem vantagem originada por movimentos que o antecedem), fazendo as defesas desequilibrarem-se com a necessidade de enviarem ajudas para parar as penetrações e assistindo exteriormente. Penso que é aqui que residiram as nossas maiores dificuldades ofensivas: não conseguimos perante uma equipa forte, alta, mas também móvel, criar esses desequilíbrios a partir do jogo exterior - quer através de penetrações, quer através da utilização dos bloqueios directos. Para nós, jogar a partir de dentro, do 1x1 dos postes não é vantajoso face ao défice de altura e não só dos nossos jogadores interiores.

Na defesa estivemos globalmente bem: os turcos não tiveram muitos tiros abertos de fora – tendo convertidos alguns com o talento dos seus jogadores. No jogo interior colocámos as dificuldades possíveis recorrendo muitas vezes ao 2x1 sobre o poste baixo. A mudança da forma de defender o bloqueio directo central com o Elvis pareceu-me ajustada – para ele é difícil atacar a bola e recuperar rápido no sentido do cesto e é preferível estar dentro na linha de penetração usando fintas defensivas, nomeadamente quando se enfrentam postes tão móveis como os de hoje. A atitude de todos os jogadores a defender foi excelente apesar de um ou outro erro (utilização das faltas e 1ª ajuda tardia ao corte de jogadores interiores). A forma como ganhamos 2ºs lançamentos reforça esta atitude da equipa perante um adversário muito alto e de outro nível.

Perder é perder, mas a atitude da equipa foi sempre a de uma equipa que não estava perdida em campo e isso deve ser motivo de orgulho para todos. O basquetebol é um jogo que, 24 segundos após 24 segundos, as equipas têm de jogar nos seus limites mesmo nos momentos de crise – não dá para aliviar a bola para a bancada ou atrasar ao guarda-redes. Nunca se ganha quando às vezes a bola bate na canela - ganha-se quando somos melhores do que os outros, posse de bola a posse de bola e em pequenos detalhes. Exige concentração, comunicação e permanente companheirismo. E Portugal teve isso sempre, mostrando ser uma equipa séria e com trabalho realizado. Assim, resta-me desejar um bom descanso a estes guerreiros. Amanhã à mais e a atitude terá de ser a mesma. Sei por experiência própria que ganham, normalmente, as equipas que têm os melhores jogadores não as mais generosas no trabalho, disciplinadas e organizadas. E isso não pode nunca beliscar o trabalho realizado e o orgulho de um dever cumprido até à última gota de suor. Um abraço à selecção."